terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Cair no Espírito

“A minha casa será chamada Beit shel Tefilin - Casa de Oração”

Depois de pensar muito sobre o assunto achei que deveria escrever sobre os exageros que assistimos em determinados vídeos postado no You Tube sobre igrejas, pastores e os excessos em determinadas reuniões evangélicas. Bastar assistir meia dúzia de dez para entender o porquê de algumas pessoas ficarem completamente avessas a tais reuniões.

No intuito de proclamar uma mensagem de salvação, mudança de vida, etc., preletores e pastores não medem esforços para mostrar o que chamam de “poder de Deus” e alguns chegam ao estremo do absurdo! Eu tenho que admitir que tais exageros provocam certa repulsa em pessoas de outras religiões, e eu nem posso culpá-los por isso!

Na verdade, já li e vi comentários em blog de evangélicos que endossam as críticas porque também não suportam mais ver a religião, como eu disse a um amigo, transformada num remédio de tarja preta, com o qual se aprisiona crentes, para terem o total domínio sobre eles e suas contas bancárias.

Num determinado vídeo, o preletor nem se dava ao luxo de esconder sua satisfação quando as pessoas caiam ao chão, algumas possessas outras “no espírito”.



Engraçado que em outro vídeo aparece uma criança pedindo ao pastor para "cair" e ele prontamente atende. A menina que devia ter seus sete ou oito anos ficou deitada no chão. Fica difícil entender e até defender essa idéia de religiosidade ao ver esse vídeo. Outro vídeo mostrava pessoas caindo possessas como se fossem a atração principal do "culto". Eu não aceito que o “mal” (inimigo) se torne participante do culto de adoração a Deus. Quando ele passa a ser a parte fundamental da reunião. Pois sem a sua “participação” o culto fica sem graça e as pessoas desmotivadas a contribuir. Desculpem a franqueza de tal explanação, mas é a pura verdade!

Infelizmente, tais vídeos estão postados para quem quiser assistir, comentar ou criticar: pessoas rolando pelo chão como manifestação do poder de Deus, gritarias e rodopios, menos, bem menos ou quase nada de ensinamento da mensagem bíblica! Eu fico pensando naquele judeu (Jesus) caminhando de uma região a outra: Samaria, Galiléia, Judéia, Peréia... Arrastando aquela sandália de couro por estradas empoeiradas falando do reino de Deus, ensinando por parábolas, por gestos, com amor, com dedicação. Acho que ele não está gostando nem um pouco dessa bagunça toda!

Sabe, naquele momento em que Ele derrubou as mesas dos cambiadores e gritou pra todos ouvirem: “Está escrito: A minha casa será chamada Beit shel Tefilin! Casa de Oração”. Pois é, esse mesmo versículo é bastante usado para criticar os judeus da época, quando se ministra sobre oração! Será que se esse Jesus estivesse presente hoje nos cultos mencionadas acima, a quem vocês acham que ele chamaria: “Raça de víboras?” Hum?

Na urgência de se propagar uma mensagem mais “pentecostal”, determinadas igrejas exageram na liturgia dos cultos, se é que se pode chamar aquilo de liturgia! O fato é que as coisas estão saindo fora do padrão apresentado pelo "Mestre dos mestres". E deixem-me abrir um parêntese: Eu não estou me referindo àquele costume sócio-cultural em que cada país ou tribo ou região têm e que devem preservam em suas comunidades e liturgia religiosa. Não!

Estou falando dos exageros que invadiram as igrejas, devido talvez a demanda (quantidade de pequenas e grandes igrejas e diversos “ministérios” que surgiram no decorrer dos últimos anos) em que cada uma delas adotou uma forma de exercer sua religiosidade. Mas eu não culpo as pessoas que “caem no chão”, pois é a falta de ensinamento bíblico que leva a imaturidade, assunto que o apóstolo Paulo tanto combatia.(tadinho!)Mas a gente entende que tem gente que gosta desse tipo de apresentação! Falando sério: Tem gente que adora aparecer! Se você acha que eu exagerei é só passar no You Tube e conferir.


Marion Vaz

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O Natal nosso de cada ano



"Pois na Cidade de Davi vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo o Senhor!"




Dezembro está chegando ao fim trazendo a data mais esperada do ano: o Natal. É nesse momento que todas as pessoas passam a se olhar como semelhantes.


Damos as mãos numa cerimônia única de amor e alegria. Votos de Boas Festas e Feliz Ano Novo viram o slogan de nossos Email e recados do Orkut. Todo queres desejar felicidades. É como um “vírus” que contamina a todos, então corremos para as lojas em busca do presente perfeito para aqueles a quem amamos.

Assim, no decorrer dos anos, o natal passou a ser uma data com fins lucrativos. O Nascimento do Menino Jesus, representado nos presépios deitado naquela manjedoura, cercado de gente humilde, animais e pastores, ficou lá trás num passado distante. Natal só é Natal se houver aquela imensa árvore cheia de luzes e enfeites coloridos e muitos, muitos presentes! Em cada lar, ela se faz presente contagiando a todos com o que chamam de “Espírito Natalino”.

É nas Igrejas que encontramos outra versão do Natal, quando milhares de fiéis se reúnem para cantar louvores, fazer representações e coreografias que transmitam o verdadeiro sentido do Natal. Ali o homem demonstra sua fé no Menino Deus que nasceu em Belém.

E pensar naquele casal caminhando por uma estrada empoeirada saindo de Nazaré, atravessando vale e montanhas para chegar a tempo de José se alistar em Belém de Judá. Maria com aquela barrida enorme sentada num burrico, balançando de um lado para o outro até chegar ao vilarejo. E pensar que não havia lugar na estalagem para eles. Maria com uma trouxa de roupas nas mãos, cansada, recebendo a notícia do marido e os dois olhando em volta e não tendo a quem recorrer.

E pensar que nos dias de hoje, ninguém se locomove até o shopping (ou para a Igreja) se não tiver um carro! Montanhas de dinheiros arrecadados nas vendas de brinquedos, roupas, jóias, ou seja lá o que se deseja presentear! E Maria, coitada, sentindo as dores do parto seguindo com dificuldades para o único lugar disponível: Uma estrebaria!

Mas alguém vai me recriminar, e acredite que isso realmente vai acontecer, dizendo que hoje os tempos são outros, que a tecnologia, as invenções e todos os Blá-blá-blás que usamos para diminuir nossa culpa, nosso pecado de hipocrisia, de gastar tanto dinheiro em supérfluos e não separar um só tostão para ajudar o próximo, ou mesmo aquele irmão de sangue o ano todo que passou! E depois sorrimos e dizemos como se fosse uma oração: Feliz Natal!

Talvez essa não fosse a Mensagem de Natal que você esperava ler. Paciência! Nem tudo é perfeito! E eu não fujo a regra! Mas é Natal, uma data importanter demais pra guardar rancor. Então saia de casa e comemore, ou fique com a família. Sorria! Festeje! Ame a todos sem discriminação!

Marion Vaz

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Prato de Lentilha

Observamos no texto sagrado a história de dois irmãos que desde o vente da mãe já enfrentavam diferenças. Jacó e Esaú, filhos de Isaac e Rebbeca nasceram na mesma época, eram gêmeos. Mas havia uma profecia a favor de um e contra o outro. Diz o texto: “Duas nações há no teu ventre, dois povos. Um será mais forte do que o outro, e o maior servirá ao menor” Gênesis 25.23

Os dois jovens cresceram e Esaú tornou-se um grande caçador. Era o primogênito, o herdeiro das promessas do pai. E Isaque amava a Esaú. Jacó, porém era mais calmo, varão simples e habitava em cabanas e tinha o amor de sua mãe.

Jacó, cujo nome apontava para suas fraquezas, estava provavelmente sentado na porta de sua tenda cozinhando algo para comer. Esaú chegou cansado sem uma caça nas mãos e a fome tomando conta de sua razão. Aproveitando-se dessa fraqueza do irmão, Jacó ofereceu um prato de lentilha em troca da primogenitura. Este, de bom grado, não recusou a comida.




Chegado os anos de velhice de Isaque, os olhos faltaram à visão e apenas pelo tato podia diferenciar os filhos, pois Esaú tinha o corpo coberto de pêlos e Jacó tinha a pele mais fina. Temendo o fim de seus dias, chama seu primogênito para trazer uma boa caça e assim preparar-lhe um almoço decente.

Conhecendo as intenções do marido de abençoar um dos filhos, Rebeca chama o filho amado e propõe enganar Isaque. Ela fez uma comida saborosa, cobriu o corpo de Jacó com pele de cabrito para que o pai não pudesse notar a diferença. Com as roupas de Esaú, Jacó recebe as bênçãos do primogênito segundo os costumes da época.

O final da história é do conhecimento de todos. Esaú chega atrasado e descobre que o irmão o enganou de novo, a ele e ao pai. Seu coração se enche de ira e ele deseja a morte de Jacó. O jovem enganador tem que deixar a casa da família e fugir para bem longe.

O relato acima é descrito na Bíblia e assim inicia-se a trajetória de Jacó em direção a vontade de Deus. Hoje, a maioria das pessoas recrimina o jovem Jacó por tudo o que foi mencionado: Sutileza, engano, rebeldia, provocação, dissensões familiares, decepções... Quantos erros! O típico caso de rejeição caso o Senhor Deus não tivesse planos para sua vida e sua descendência. Jacó casa-se com duas mulheres: Lea e Raquel que lhe dão filhos e assim formam as doze tribos de Israel. Essa troca de nome oferecida por Deus também é um marco significativo na história.

Voltemos ao início do artigo para o bom e saboroso prato de lentilha oferecido em troca da primogenitura de Esaú. Sem atropelar todas as discussões teológicas a respeito desse assunto, pensemos que o próprio Esaú não tinha o menor interesse nas bênçãos e direitos da primogenitura. Se não, não teria se desfeito dela. O próprio texto bíblico indica que todo o seu orgulho estava naquilo que fazia de melhor: a caça. E com elas os pratos que preparava que tanto cativava a atenção do pai.

Jacó não, para ele a primogenitura tinha valor, por isso a queria tanto. Não para agradar aos homens, mas a Deus. E a partir daí todos os passos de Jacó o levam ao cumprimento da vontade do Eterno em sua vida. Esaú continua sua trajetória e torna-se um príncipe habitando nas montanhas de Seir. No final da história perdoa o irmão e os dois sepultam o pai.

As lentilhas vermelhas são até o dia de hoje um alimento favorito naquele território, onde é preparada com cebolas, alho, arroz e azeite de oliva. Ocasionalmente lhes adicionam carne.


O prato de Lentilha pode significar hoje qualquer atalho ou atitude que tomamos para impor nossa vontade e consequentemente, rejeitar a intervenção de Deus em nossa vida, assim como fez Esaú.


Marion Vaz

domingo, 12 de dezembro de 2010

Dia da Bíblia


“B I B L I A eu tenho em meu coração B I B L I A!”

Aprendi esse pequeno trecho de uma canção quando ainda era muito pequena e ele sempre foi usado para comemorar o dia da Bíblia. Acredito que ainda hoje é cantado em muitas Igrejas.



O interessante, é que no decorrer dos anos esse Livro Sagrado foi o meu companheiro do dia a dia.



Aprendi muito. Aprendi a amar a Deus e ao próximo, aprendi a história de Israel e todas as mensagens do Antigo e do Novo Testamento.


Infelizmente, ainda hoje me assusto ao perceber que muitas pessoas não entendem absolutamente nada de Bíblia, não conhecem história dos personagens bíblicos, nada sobre Israel, e às vezes nada sobre o próprio Deus! Conhece apenas aquilo que ouvem dos pregadores, e aqui pra nós, alguns deixam muito a desejar.

O Dia da Bíblia surgiu em 1549, na Grã-Bretanha, quando o Bispo Cranmer, incluiu no livro de orações do Rei Eduardo VI um dia especial para que a população intercedesse em favor da leitura do Livro Sagrado. A data escolhida foi o segundo domingo do Advento - celebrado nos quatro domingos que antecedem o Natal. Foi assim que o segundo domingo de dezembro tornou-se o Dia da Bíblia.

No Brasil, o Dia da Bíblia passou a ser celebrado em 1850, com a chegada, da Europa e dos Estados Unidos, dos primeiros missionários evangélicos que aqui vieram semear a Palavra de Deus.

Festividades a parte, a leitura dos livros sagrados deveria ser uma prática em cada lar. Diz o salmista que a palavra é como lâmpada acesa para iluminar os pés e o caminho do servo de Deus (Salmos 119.105). Observe a recomendação do Senhor a Josué para que meditasse nas leis de Deus dia e noite.



A Palavra além de iluminar, ela vivifica, guia, transforma, regenera. Leia a Bíblia com oração e meditação! Deixe Deus falar com você!




Como purificará o jovem o seu caminho? Indaga o salmista e logo após dá a resposta. Então aqui vai o meu conselho: Leia a Bíblia! Leia a Bíblia toda! Leia todos os dias! Faça propósitos com Deus e Leia! Não há manual mais completo e eficaz para a vida do homem!


Marion Vaz

Perfeição de A a Z

Amoroso,
Benigno,
Corajoso,
Descolado,
Esperto,
Fiel,
Grato,
Humilde,
Inteligente,
Justo,
Leal,
Manso,
Notável,
Obediente,
Perdoador,
Querido,
Responsável,
Sutil,
Talentoso,
Único,
Valente,
X da questão,
Zeloso.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Chanukah


O festival de Chanucá foi instituído por Judas Macabeu e seus irmãos para celebrar esse evento: Depois de se recuperar Jerusalém e o Templo, Judá ordenou que o Templo fosse limpo, um novo altar construído no lugar daquele poluído.



De acordo com o Talmud, o azeite era necessária para a menorá no Templo, que foi obrigado a queimar durante a noite toda noite. Mas só havia óleo suficiente para queimar por um dia, mas milagrosamente, ele queimou por oito dias, o tempo necessário para preparar um novo suprimento de óleo para a menorá.

Um festival de oito dias foi declarado pelos sábios judeus, para celebrar este milagre.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Três tipos de cegueira

Cegueira Física

O homem nasce com uma deficiência visual. Ela pode ser parcial ou total. Às vezes, por obra do destino, alguém pode perder a visão em algum momento da vida.

Mas isso não deixa a pessoa apática, muito pelo contrário, aguçam outros sentidos e afloram sentimentos que fazem dela uma pessoa maravilhosa e sensível.

Cegueira Social

O homem torna-se insensível perante a sociedade e dos problemas que afligem a humanidade. Torna-se preconceituoso e só o que lhe diz respeito é importante.

Ele é incapaz de ajudar os outros, de “remover pedras”, tudo passa a ser obra do destino e nada mais pode ser feito para amenizar a vida do seu semelhante. Acomoda-se com a miséria, a discriminação, o ódio, as guerras...

Cegueira Espiritual

O homem determina em seu coração: Não há Deus!


Marion Vaz

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Rio acordou em chamas


A Cidade Maravilhosa acordou cedo, em muitos lugares teve gente que não dormiu. A população assustada enfrenta mais um desafio: Sobreviver nesse mundo vil.



O céu azul tornou-se escuro. A fumaça densa escondia o brilho. A cidade das gentes queria uma explicação. Mas tudo o que ouvíamos eram muitos tiros e confusão.


O Rio acordou em cinzas e das janelas dos olhos vi blindados nas ruas. Muitos repórteres e polícias. Por toda a parte carros pegando fogo. O povo heróico queimava terra. Até parece, que estávamos em guerra.


O Rio acordou de um sonho, a cidade do samba, tinha outra música. A Cidade luz, Cidade do Cristo, do Pão de açúcar, cidade das praias e do calçadão. Agora... Era tudo ilusão.

Cidade Sede. Cidade Luz. Na penumbra da noite, sombras. Nas pinceladas do artista a nossa existência tornou-se drama. O Rio de Janeiro acordou em chamas.



O Rio acordou cedo trazendo de volta o nosso medo. A cidade cheia de cor e de encantos mil era agora um imenso mundo vil.




Só nos resta esperar, que tudo volte ao seu lugar e que na Cidade do mar a PAZ volte a reinar!

Marion Vaz

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Fruto Proibido

Lá está ela, no meio do jardim!
Formosa e carregada de frutos.
Parecem tão belos, desejo sentir o aroma.

Passo a passo chego mais perto
Como se algo me atraísse. Talvez não sejam assim tão ruins.
A falsa amiga também está lá, ela me observa,
Sorri como se dissesse: Não tem nada de mais em ver!




Chego mais perto, mais...
Perto demais.
A cor vibrante me cativa, preciso tocar, preciso...




Olho a minha volta, não há mais ninguém.
Ninguém para me criticar, ninguém para me acusar.

Rasteira, a serpente caminha a minha volta,
E destila o seu veneno cruel: Pegue! É seu! Não queres ser igual a Deus?

Envolvente, deslumbrante, lá está ele: O fruto proibido!
As minhas mãos o tocam, deslizam sentindo a leveza,
O aroma me atrai e meus lábios o desejam. Coma! Sinta o sabor!

A razão falha, as Ordenanças desaparecem encobertas por uma névoa. Não posso mais resistir à tentação! Pensa a Bela do Édem.

Na primeira mordida a inocência se esvai,
E o desejo toma forma de...
Pecado!



Marion Vaz

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Luz na Escuridão


Jesus define uma das principais características do crente: “vós sois a luz do mundo”
(Mateus 5. 14).




Imagino que ser luz implica que alguém está em trevas, tateando, perdido, até mesmo esquecido em meio a uma escuridão espiritual. A luz deve dissipar as trevas ao redor do pecador, que uma vez iluminado, tenha entendimento para encontrar o Caminho da salvação.

Essa é a grande responsabilidade diante de Deus porque as trevas são densas. Requer um compromisso de dar um testemunho verdadeiro diante da sociedade, para que o nome do Senhor seja glorificado e não envergonhado. Aquele que pratica as mesmas obras do descrente tem a mesma serventia que uma lâmpada queimada. A luz que há nele são trevas (Mt 6.23).

Ao optar em ser nova criatura, o homem começa seu processo de santificação. Suas atitudes devem concorrer para a paz e a harmonia por onde quer que passe. Jesus afirma que a luz deve estar no velador, acima de todos, para que possa clarear e ser vista por todos.

A Bíblia relata a história de dois homens que davam exemplo de retidão e sabedoria: José e Daniel. Homens íntegros e tementes a Deus, contra os quais “não se podia achar ocasião ou culpa alguma”. Que exemplo a ser seguido! Parafraseando, eram como cidades erguidas sobre os montes, cidades que não se podiam esconder. Cidades que se destacavam na paisagem. E é isso que se espera do bom cristão, que possua características que se destaquem no dia a dia.

Um bom testemunho por parte do crente inibirá o descrente a ponto de controlar suas palavras e atitudes na presença do servo de Deus.


Visão Turva

Mas como iluminar se a luz é fraca ou pior: nula? Como perceber que a luz não faz mais efeito algum sobre o pecador?

A resposta é simples: Quando o crente se esconde e quer passar despercebido (Mt 5.15). Quando é tido como mais um no meio da multidão e ninguém sabe que ele é crente! Quando comete pecado e não sente mais a presença do Espírito Santo de Deus. Quando as atitudes passam a ser iguais ou piores que as do descrente. E existem sim pessoas que se enquadram nessa situação! Às vezes, usando o bom e velho ditado popular, queremos “tapar o sol com a peneira” e os maus exemplos ficam por aí, perambulando pelas corredores das igrejas!

Quando a luz é fraca, a visão fica turva e não pode mais fazer diferença entre o que é certo ou errado. E no pior dos casos acham-se desculpas para tal procedimento.

Ficamos estarrecidas diante do crescente número de pessoas que não demonstram uma conversão genuína. Não basta apenas induzir o pecador a Cristo. É preciso conduzi-lo, estruturar na fé e na palavra para que não se tornem presas fáceis do diabo. A tendência humana é deixar-se influenciar pela maioria e ser luz deixa de ser essencial para agradar aos amigos. O perigo dessa flexibilidade é a gangorra espiritual. O cogitar entre dois pensamentos, um desequilibro que gera a morte.


“Que comunhão tem a luz com as trevas?” Pergunta o apóstolo Paulo aos coríntios (6.14).



A Luz Domina as trevas

Certo comentarista querendo ser eloqüente em seu discurso disse a seguinte frase aos seus ouvintes: A luz briga com as trevas!

Esse mesmo pensamento induz muitas pessoas a uma guerra espiritual contínua quando na verdade a Luz domina sobre as trevas! Basta acender uma lâmpada num determinado ambiente para que ele fique claro.

E na vida espiritual também. A Luz prevalece! Não há motivo para um impasse, para constrangimentos, para empate com se fossem “mocinho e bandido” brigando, como nos filmes da TV.

A luz que se transmite deve ser um farol na vida daqueles que estão em trevas. Consciente dessa responsabilidade, Tiago descreve em sua epístola: “aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador, salvará da morte uma alma e cobrirá uma multidão de pecados” (5.20).


Marion Vaz

terça-feira, 9 de novembro de 2010

ENEM - Exame Nacional de Ensino Médio


Criado em 1998 para avaliar a qualidade geral do Ensino Médio em todo país, o objetivo do Enem é orientar as políticas educacionais do Brasil. Muitas faculdades e universidades usam a nota do Exame Nacional em seus processos seletivos.



Mas o Enem perdeu sua funcionalidade quando passou a ser uma “ponte” para uma vaga na faculdade. Em decorrência disso, nos últimos anos, N cursinhos preparatórios vem surgindo numa proporção tal, que se tornou mais lucrativo (penso) que uma quantidade mínima de candidatos seja aprovada, para terem no próximo ano, as matrículas renovadas!

A exposição de nomes de alunos qualificados não me parece suficientemente uma vitória, em virtude do contingente de alunos com pontuação inferior ao estipulado para passar no Enem. Parece-me absurdo que o estudante brasileiro tenha que se submeter a esse tipo de vexame!

O ideal seria que ao concluir o Ensino Médio, o estudante já tivesse vaga garantida numa faculdade do Governo. Caso optasse pelo ensino particular, aí sim deveria prestar exame, mas nas modalidades que mais se adequasse a sua escolha profissional! Não vejo razão para fazer prova de química, por exemplo, se vai fazer Jornalismo! Por que fazer prova de física (mecânica) se optou em cursar História? Não que não sejam diciplinas importantes! Abençoados aqueles que tem vocação para Química Quântica e Física Nuclear!

* Só esse ano cerca de 4,6 milhões, entre jovens e adultos inscritos para as provas do Enem. A distribuição das provas pelo Correio custaria em torno de 18 milhões informou o Ministério de Educação. Uma das gráficas ofereceu o serviço de impressão por 65 milhões de reais. No total MEC afirmou que o gasto previsto com o Enem deste ano seria de 178,4 milhões. Ano passado (2009) totalizou 162 milhões.

Além de todo stress, os candidatos precisaram suportar o desconforto de algumas unidades, o deslocamento – muitos candidatos tiveram que enfrentar verdadeiras maratonas para chegar ao local da prova.


Em uma das unidades, a temperatura ambiente da sala onde foi realizado o exame, podia ser comparada com a de um freezer.

Do lado de fora das unidades, verdadeiros “covis de salteadores”: uma caneta preta comum (que poderia custar apenas 0,60 em qualquer lugar) foi vendida a R$ 2,00; biscoitos e chocolates com preços acima da tabela.

E o que falar das provas? O candidato que deseja uma das vagas na Faculdade precisa, num tempo Record, analisar e interpretar um a um os textos apresentados (ao todo 180) e pensar na resposta correta.



E sem falar que a exposição de muitos dos textos são de caráter informativo. Um sistema que deveria auxiliar o candidato acaba por se transformar numa “câmara dos horrores” à medida que se aproxima o término do Exame.

O que observamos é a total desconsideração do Ministério de Educação, que ano após ano submete os nossos filhos a esse tipo de “guerra” onde o cadidato que está sentado ao seu lado passa a ser visto como adversário: "Ou eu ou ele!"

Milhões de reais foram utilizados na elaboração e produção das provas, transporte, segurança, pessoal de apoio (estamos falando de um número elevado de pessoas que trabalham nos dias das provas, como orientadores, mesários e secretários e todos recebem por isso), E quanto não se ganha com a arrecadação de inscrições por parte daqueles que não estão cursando o Ensino Médio, mas desejam se aventurar nessa empreitada? E repito: Ano após ano!

Após obter, a um custo alto, a tão sonhada pontuação, começa outra maratona, conseguir através do Pro Uno uma vaga disponível na Faculdade. Vaga que será disputada por dois ou mais “gabaritados”. Conclusão: Uma verdadeira “corrida pelo ouro”. Pergunto: O que acontece com o aluno que passou no Enem, mas foi rejeitado na hora da matrícula? O que esperar de um sistema educacional que deveria suprir a necessidades dos alunos facilitando o ingresso numa Faculdade?

Como a nota também é utilizada por pessoas com interesse em ganhar pontos para o Programa Universidade para Todos (ProUni), a idéia que eu tenho do Exame Nacional de Ensino Médio é de um exame seletivo, mas não é do tipo que passa aquele que sabe, mas aquele que suportou todas as pressões emocionais e conseguiu acertar a resposta!


Alguém poderia dizer: Nem todos são qualificados por isso não passam! Mas se eles estão a dois passos de obter o certificado de conclusão do Ensino Médio, como não são qualificados? Outra coisa estranha: A prova é realizada ANTES do final do ano, portanto antes do aluno concluir o Ensino Médio. Deve ser por isso que tivemos essa enxurrada de inscrições! Quantos bons alunos ficarão para trás? O que vai acontecer com eles? Pra onde vão? Quantos exames vão ter que enfrentar para conseguir essa bendita vaga?

A nossa Constituição defende o direito a todos de estudar, isso é louvável! Onde estão as faculdades do governo com Ensino Superior gratuito? E o que não falta no Brasil é dinheiro! Eu já percebi que quando falam em desfalques, propinas, facilitações, super faturamento, gastos, etc., todo o cálculo é feito em milhões, nunca num mísero e único real! Os nossos governantes deveria se preocupar em formar bons profissionais, mas não apenas em Cursos Técnicos (o que eu valorizo muito), mas também em Ensino Superior.

Outra coisa que eu também não entendo são os Concursos Públicos. Novamente vemos N cursinhos preparatórios abarrotando as páginas dos jornais. Esses concursos não deveriam ser apenas para pessoas desempregadas? E que tal se o número de inscrições fossem compatíveis com a quantidade de vagas? Mas isso não acontece. São milhões (essa palavra nos persegue!) de inscritos para 200 (duzentas) vagas, por exemplo. E às vezes, parte das vagas é para cadastro de RESERVA! E adivinhem! O cadastro de reserva em muitos casos só dura seis meses, no máximo um ano!

Nessa brincadeira quanto entra para os cofres públicos?! Anh! Milhões! E quantos desempregados continuam engrossando as colunas numéricas das Estatísticas? Alguém arrisca um palpite? Milhões! Se a pessoa já tem carteira assinada por que insiste em prestar concurso público? Mas tem aquele lance dos “direitos iguais”, então voltamos ao velho dilema: Quanto mais pessoas inscritas mais dinheiro em caixa! Por que tudo tem que virar um negócio vantajoso para alguém?

E já que estamos divagando sobre o assunto, porque não há vagas de trabalho para pessoas na faixa etária de 40 a 50 anos? Por que somos excluídos do mercado de trabalho? A maioria das vagas é específica para pessoas até 35 anos! Existem programas para inclusão de aposentados e pessoas da maior idade no mercado de trabalho, mas não tem nada para os “quarentões”! Ufa!

E agora voltando ao assunto... É claro que no final desse artigo, eu não poderia deixar de felicitar os verdadeiros milionários do Enem: os candidatos aprovados!

A vocês, meus caros amigos, as minhas mais sinceras congratulacion porque vocês merecem!

Mas é com tristeza que recebi a notícia que depois dessa maratona toda e todos esses gastos e dois dias consecutivos, sentados numa cadeira (horrorosa) por mais de cinco horas (ao todo 10), o Exame Nacional de Ensino Médio pode ser cancelado por causa de... “problemas no cartão resposta”. Como dizia uma atriz de telenovelas: “Não é brinquedo não!”


Marion Vaz

* Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/vestibular
http://oglobo.globo.com/educacao/vestibular

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A Difícil Arte de Ensinar



















Tecnicamente existem métodos que facilitam o aprendizado: objetivos, conteúdo, procedimento e recursos. Mas aprender também requer planejamento por parte do professor e motivação por parte do aluno. Requer tempo e dedicação.

O tempo disponível é que vai definir se alguém alcançará ou não os seus objetivos. A dedicação, o esforço físico e mental também concorrerá para a tão sonhada vitória.


O professor deve ser o modelo que inspira o crescimento mental e intelectual do aluno. Ele é o fazedor de sonhos. O perfil psicológico do professor influi de forma considerável na aprendizagem. E aqueles que adotam uma postura democrática certamente terão mais rendimentos.


Todos os seres humanos têm necessidade de aprender. Não uma mera memorização de dados e equações. Seja através do método individual ou em grupo, é o professor o canal, o veículo para transmitir as informações.





 O perigo está naqueles que perderam a vocação e ao longo dos anos acabam prejudicando o futuro do educando. Mas o mestre vai direcionar cada aluno em suas atividades, descobrindo talentos, valorizando o potencial de cada um e aliados a família, sociabilizando-os como elementos indispensáveis em nosso país.

E o que esperar do educador religioso? Quanta responsabilidade! Para ensinar a Palavra de Deus deve haver dedicação diz o apóstolo Paulo aos romanos (12.7). “Fazer discípulos é tornar alguém tão apto quanto o é o mestre”, explicou o pastor Antonio Gilberto num seminário de evangelismo.

Na vida espiritual a motivação para aprender ou ensinar depende do amor que se tem a Deus e do quanto se deseja agradá-lo. No livro de Josué encontramos os seguintes ensinamentos acerca da Palavra de Deus:

“Não te aparte da tua boca, o livro dessa Lei, antes medita nela dia e noite para que tenhas o cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito” (Js 1.8).




O melhor conteúdo está nas Sagradas Escrituras. O procedimento correto é meditar nela o tempo que for necessário, pois ela é o baluarte contra o erro. O salmista já declarava o seu amor: “Oh!Quanto amo a tua Lei” Salmo 119.94

O Educador cristão precisa de requisitos básicos como preparo intelectual, maturidade emocional e espiritual. Educar é mais do que limitar-se ao tempo e espaço da sala de aula, diz o pastor Miguel Vaz em sua obra Caminhos para os Jovens. O professor não medirá esforços para alcançar seus objetivos.

Aprendendo com os próprios erros

Quanto aos alunos, para aprender é preciso humildade para submeter-se aos métodos do educador. É preciso dispor de tempo e energia para assimilar a lição. Mas existem aqueles que preferem aprender com dificuldade, com seus próprios erros. Encontramos vários personagens na história bíblica que seguiram por esse caminho.

A decisão do filho pródigo em abandonar a casa de seus pais para morar em outra cidade, também lhe custou toda a fortuna e a saúde. Aprender com os próprios erros causou constrangimento e ele teve que voltar para casa para pedir perdão.

A insubmissão também pode ser sutil como no caso dos discípulos sobre perdoar alguém. Limitar o perdão apenas em sete vezes seria o suficiente, embora Jesus ordenasse que um número maior demonstrasse a capacidade de suportar seu opressor.

Às vezes, o educando não quer abrir mãos de seus próprios conceitos. É o professor que tem obrigação de mostrar a diferença entre o que é mais fácil e o que é realmente certo.

O jovem rico também tinha aprendido os Mandamentos e os cumpria desde a mais tenra idade. No entanto, o apego aos seus bens não lhe permitiu aprender um pouco mais para se tornar uma pessoa melhor.

Aprendendo com Jesus

Ao iniciar seu ministério Jesus adotou uma postura simples. Falava do reino de Deus e ensinava por parábolas. Utilizava-se do cotidiano para ministrar valores espirituais.

Se para ensinar é preciso dedicação, para aprender é preciso desprendimento como fez Maria ao assentar aos pés de Jesus para ouvi-lo. Como os doze discípulos que seguiam seu mestre aonde quer que fosse. É abrir o coração como fizeram aqueles dois homens no caminho de Emaús. É procurar Jesus a noite se não houver como fazê-lo em plena luz do dia a exemplo do fariseu Nicodemos. É reconhecer nele um profeta como naquela simples conversa com a mulher samaritana. Jesus continua insistindo: “Aprendei de mim...”




O Educador tem diante de si uma grande responsabilidade: O educando.




São os futuros grandes homens da nossa nação, que optarão em serem arquitetos, médicos, jornalistas, agentes sociais, juízes, advogados, vendedores, políticos ou mestres. Atuarão em várias áreas administrativas e jurídicas e nas diversas camadas sociais.



Se desejamos um país melhor temos que investir na educação de nossos jovens e adolescentes.







No sentindo religioso teremos professores de Escola Dominical mais dedicados, mestres que ensinarão a outros, doutores da Lei, ministros e pastores. Seremos abençoados com a prontidão e a gentileza de porteiros, obreiros e diáconos.

Àqueles que ousaram seguir por essa longa estrada a fim de promover o crescimento intelectual dos seus alunos, uma palavra de ânimo: A difícil arte de ensinar é um dom que Deus concedeu a pessoas que não vão desistir diante das dificuldades.


Marion Vaz

segunda-feira, 1 de novembro de 2010



Dilma Rousseff

É a mulher brasileira entrando para a História.

A Primeira Mulher Presidente do Brasil

Identificando o Cristo

Segundo os estudiosos da Bíblia, ao cumprir seu ministério terreno Jesus confirma sua natureza divina através de pregações, curas e milagres. A multidão que o seguia recebia além do perdão dos pecados, a cura para suas enfermidades. Os discípulos eram testemunhas dos seus feitos.

Mas em certo momento Jesus surpreende-os com uma indagação: Que dizem os homens ser o Filho do homem? (Mateus 16.13). O que queria o Jesus com tal pergunta? Seus atributos divinos não lhe permitia conhecer todos os pensamentos dos homens? Sabia quando estavam sofrendo (Mt 17.17), com medo (v 7), sem fé (Mc 4.40), quando os curava (Lc 8.46). Ele conhecia suas necessidades (Mt 6.25), suas dúvidas, enfermidades e angústias (Lc 7.13).

O que nos dá a entender que Jesus queria mais do que uma simples declaração. Observemos a pergunta feita a Bartimeu: O que queres que eu te faça? E o que dizer da pergunta feita a Filipe antes da multiplicação dos pães e peixes: Onde compraremos pão para estes comerem? E aos fariseus indagou: É lícito fazer o bem no Shabat?

Tanto os conhecia que fazia afirmações quanto ao seu caráter (Mt 23.27), bondade e fé (Lc 7.9) e dignidade (Jô 1.47). Além disso, também era conhecido de todos. O príncipe Nicodemos chamou-o Mestre (Jô 3.2), para a mulher samaritana era um profeta (Jô 4.19) e para o cego Bartimeu era o Filho de Davi (Lc 18.39). Tais afirmações representavam declarações de fé.

Visão Humana

Mas o que responderiam os discípulos? Atônicos disseram o que já tinham ouvido da multidão que seguia por toda a parte: Alguns dizem que és João Batista, outros dizem que és Elias. Há quem diga que és Jeremias!

Quando os homens andavam a certa distância de Jesus perdiam a referência e passavam a vê-lo como uma pessoa comum, no máximo um profeta. E Jesus sabia disso. Alguns apenas ouviram falar dele, de seus feitos, mas não queriam o compromisso de segui-lo.

Essa visão humana que tinham a seu respeito não era novidade para Jesus. O que ele queria era provocar os discípulos, queria uma declaração autêntica daqueles homens que seguiam ao seu lado há tanto tempo. Homens que ouviam a sua voz. Estariam eles receptivos aos seus ensinamentos? Mediante tais declarações, Jesus interrompe os comentários dos discípulos fazendo outra pergunta agora num sentido mais pessoal. Queria a opinião deles: E vós? “Quem dizeis que eu sou?”

Visão Espiritual

Um grande silêncio envolveu a todos. Provavelmente eles se entreolham procurando palavras para descrever o seu Senhor. O que poderiam parafrasear a respeito de Jesus que já não tivessem dito e ouvido: Mestre? Homem de Nazaré? Homem da Galileia? As palavras faltam.

Pedro, desinibido e impulsivo que era, quebra o silêncio para falar em nome dos demais. Queria expor seus sentimentos, como naquela noite de mar agitado, quando pediu a Jesus que fosse ter com ele andando por cima das águas (Mt 14.28).

No momento em que muitos dos discípulos abandonaram a caminhada com Jesus, este perguntou se eles também queriam deixá-lo. É Pedro quem faz a mais linda das declarações: “Para quem iremos nós? Tu tens as palavras de vida eterna!” (Jo 6.68).

Agora, aquele discípulo cuja imagem seria marcada por uma negação: "Não o conheço!" é quem responde a inesperada pergunta de Jesus: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!”. A resposta alegra tanto o mestre, que de imediato faz dela a Verdade na qual edifica a sua Igreja que se formaria nos anos subseqüentes, da qual as portas do inferno não prevaleceriam contra ela.

E vós que dizeis a respeito desse Jesus?


Marion Vaz

domingo, 31 de outubro de 2010

Os Benefícios e Malefícios da Reforma Protestante

A Reforma Protestante foi um movimento reformista cristão iniciado no século XVI por Martinho Lutero, que, através da publicação de suas 95 teses, protestou contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica, propondo uma reforma no catolicismo.






Lutero foi apoiado por vários religiosos e governantes europeus provocando uma revolução religiosa, iniciada na Alemanha, e estendendo-se pela Suíça, França, Países Baixos, Reino Unido, Escandinávia e algumas partes do Leste europeu, principalmente os Países Bálticos e a Hungria. A resposta da Igreja Católica Romana foi o movimento conhecido como Contra-Reforma ou Reforma Católica, iniciada no Concílio de Trento.

No início do século XVI, o monge alemão Martinho Lutero, abraçando as idéias dos pré-reformadores, proferiu três sermões contra as indulgências em 1516 e 1517. Em 31 de outubro de 1517 foram pregadas as 95 teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, com um convite aberto ao debate sobre elas. Esse fato é considerado como o início da Reforma Protestante.

Essas teses condenavam a "avareza e o paganismo" na Igreja, e pediam um debate teológico sobre o que as indulgências significavam. As 95 Teses foram logo traduzidas para o alemão e amplamente copiadas e impressas. Após um mês se haviam espalhado por toda a Europa.

Em janeiro de 1521, a bula "Decet Romanum Pontificem" excomungou Lutero. Devido a esses acontecimentos, Lutero foi exilado no castelo de Wartburg onde permaneceu por cerca de um ano. Durante esse período de retiro forçado, Lutero trabalhou na sua tradução da Bíblia para o alemão, da qual foi impresso o Novo Testamento, em setembro de 1522 (...)

Toda essa rebelião ideológica resultou também em rebeliões armadas, com destaque para a Guerra dos camponeses (1524-1525). Esta guerra foi de muitas maneiras, uma resposta aos discursos de Lutero e de outros reformadores (...)

Ao mesmo tempo em que ocorria uma reforma em um sentido determinado, alguns grupos protestantes realizaram a chamada Reforma Radical. Queriam uma reforma mais profunda. Foi parte importante dessa reforma radical os Anabatistas, cujas principais características eram a defesa da total separação entre igreja e estado e o "novo batismo".

Enquanto na Alemanha a reforma era liderada por Lutero, Na França e na Suíça a Reforma teve como líderes João Calvino e Ulrico Zuínglio.

João Calvino foi inicialmente um humanista. Nunca foi ordenado sacerdote. Depois do seu afastamento da Igreja católica, este intelectual começou a ser visto como um representante importante do movimento protestante.

O curso da Reforma foi diferente na Inglaterra. Henrique promoveu a Reforma Inglesa para satisfazer as suas necessidades políticas. Sendo este casado com Catarina de Aragão, que não lhe havia dado filho homem, Henrique solicitou ao Papa Clemente VII a anulação do casamento. Perante a recusa do Papado, Henrique fez-se proclamar, em 1531, protetor da Igreja inglesa.

O Ato de Supremacia, votado no Parlamento em novembro de 1534, colocou Henrique e os seus sucessores na liderança da igreja, nascendo assim o Anglicanismo. Os súditos deveriam submeter-se ou então seriam excomungados, perseguidos e executados, tribunais religiosos foram instaurados e católicos foram obrigados à assistir cultos protestantes (...)

A Reforma nos Países Baixos, ao contrário de muitos outros países, não foi iniciada pelos governantes das Dezessete Províncias, mas sim por vários movimentos populares que, por sua vez, foram reforçados com a chegada dos protestantes refugiados de outras partes do continente. Enquanto o movimento Anabatista gozava de popularidade na região nas primeiras décadas da Reforma, o calvinismo, através da Igreja Reformada Holandesa, tornou a fé protestante dominante no país desde a década de 1560 em diante.

No início de agosto de 1566, uma multidão de protestantes invadiu a Igreja de Hondschoote na Flandres (atualmente Norte da França) com a finalidade de destruir das imagens católicas.

Na Dinamarca, a difusão das idéias de Lutero deveu-se a Hans Tausen. Em 1536 na Dieta de Copenhaga, o rei Cristiano III aboliu a autoridade dos bispos católicos, tendo sido confiscados os bens das igrejas e dos mosteiros. O rei atribuiu a Johann Bugenhagen, discípulo de Lutero, a responsabilidade de organizar uma Igreja Luterana nacional. A Reforma na Noruega e na Islândia foi uma conseqüência da dominação da Dinamarca sobre estes territórios...

Na Suécia, o movimento reformista foi liderado pelos irmãos Olaus Petri e Laurentius Petri. Teve o apoio do rei Gustavo I Vasa, que rompeu com Roma em 1525, na Dieta de Vasteras. O luteranismo, então, penetrou neste país estabelecendo-se em 1527. Em 1593, a Igreja sueca adotou a Confissão de Augsburgo. Na Finlândia, as igrejas faziam parte da Igreja sueca até o início do século XIX, quando foi formada uma igreja nacional independente, a Igreja Evangélica Luterana da Finlândia.

Na Hungria, a disseminação do protestantismo foi auxiliada pela minoria étnica alemã, que podia traduzir os escritos de Lutero. Enquanto o Luteranismo ganhou uma posição entre a população de língua alemã, o Calvinismo se tornou amplamente popular entre a etnia húngara. Provavelmente, os protestantes chegaram a ser maioria na Hungria até o final do século XVI, mas os esforços da Contra-Reforma no século XVII levaram uma maioria do reino de volta ao catolicismo.

Fortemente perseguida, a Reforma praticamente não penetrou em Portugal e Espanha. Ainda assim, uma missão francesa enviada por João Calvino se estabeleceu em 1557 numa das ilhas da Baía de Guanabara, localizada no Brasil, então colônia de Portugal. Ainda que tenha durado pouco tempo, deixou como herança a Confissão de Fé da Guanabara. Na Espanha, as idéias reformadas influíram em dois monges católicos: Casiodoro de Reina, que fez a primeira tradução da Bíblia para o idioma espanhol.

Um dos pontos de destaque da reforma é o fato de ela ter possibilitado um maior acesso à Bíblia, graças às traduções feitas por vários reformadores (entre eles o próprio Lutero) a partir do latim para as línguas nacionais. Tal liberdade fez com que fossem criados diversos grupos independentes, conhecidos como denominações.
Nas primeiras décadas após a Reforma Protestante, surgiram diversos grupos religiosos, destacando o Luteranismo e as Igrejas Reformadas ou calvinistas (Presbiterianismo e Congregacionalismo). Nos séculos seguintes, surgiram outras denominações reformadas, com destaque para os Batistas e os Metodistas.

Contra Reforma

Imediatamente após o início da Reforma Protestante a Igreja Católica Romana decidiu tomar medidas para frear o avanço da Reforma. Realizou-se, então, o Concílio de Trento (1545-1563), que resultou no início da Contra-Reforma ou Reforma Católica, na qual os Jesuítas tiveram um papel importante.

Em 1543, a igreja Católica Romana convocou o Concílio de Trento estabelecendo entre outras medidas, a retomada do Tribunal do Santo Ofício, a criação do "Index Librorum Prohibitorum", com uma relação de livros proibidos pela igreja e o incentivo à catequese dos povos do Novo Mundo, com a criação de novas ordens religiosas dedicadas a essa empreitada, incluindo aí a criação da Companhia de Jesus. Outras medidas incluíram a reafirmação da autoridade papal, a manutenção do celibato, a criação do catecismo e seminários, a proibição das indulgências.

A Inquisição e a censura exercida pela Igreja Católica foram igualmente determinantes para evitar que as ideias reformadoras encontrassem divulgação em Portugal, Espanha ou Itália, países católicos. (...)

O principal acontecimento da contra-reforma foi a Massacre da noite de São Bartolomeu. As matanças, organizadas pela casa real francesa, começaram em 24 de Agosto de 1572 e duraram vários meses, inicialmente em Paris e depois em outras cidades francesas, vitimando entre 70.000 e 100.000 protestantes franceses.

Ler mais em http://pt.wikipedia.org/wiki/Reforma_Protestante
http://pt.wikipedia.org/wiki/Inquisição


Antissemitismo

Infelizmente as ideias de Lutero tornaram-no um antissemita

Sobre os Judeus e Suas Mentiras (do alemão Von den Juden und ihren Lügen) é um tratado escrito em Janeiro de 1543, pelo teólogo protestante Martinho Lutero, em que defende a perseguição dos Judeus, a destruição dos seus bens religiosos, assim como o confisco do seu dinheiro.

Ainda que, inicialmente, Lutero tenha tido uma visão mais favorável dos judeus, a recusa destes em se converter ao movimento protestante que se iniciara levou Lutero a adotar diversas acusações e incentivar um anti-semitismo que, juntamente com outras obras e ideais.

O Tratado

Lutero escreve que aqueles que continuam aderindo ao Judaísmo "devem ser considerados como sujeira." escreveu ainda que eles são "cheios de fezes do diabo... que eles chafurdam como um porco" e a sinagoga é "uma prostituta incorrigível" Ele argumenta que as suas sinagogas e escolas devem ser incendiadas, os seus livros de oração destruídos, rabinos proibidos de pronunciar sermões, casas arrasadas, e propriedade e dinheiro confiscados.

Eles não devem ser tratados com nenhuma clemência ou bondade, não permitir nenhuma proteção legal, e esses "vermes venenosos" devem ser dirigidos a trabalho forçado ou expulsos para sempre. Ele também parece tolerar o assassinato de Judeus, escrevendo "temos culpa em não matá-los."

Trechos:

“(…) Finalmente, no meu tempo, foram expulsos de Ratisbona, Magdeburgo e de muitos outros lugares… Um judeu, um coração judaico, são tão duros como a madeira, a pedra, o ferro, como o próprio diabo. Em suma, são filhos do demônio, condenados às chamas do Inferno. Os judeus são pequenos demônios destinados ao inferno.”

“Queime suas sinagogas. Negue a eles o que disse anteriormente. Force-os a trabalhar e trate-os com toda sorte de severidade… são inúteis, devemos tratá-los como cachorros loucos, para não sermos parceiros em suas blasfêmias e vícios, e para que não recebamos a ira de Deus sobre nós. Eu estou fazendo a minha parte.”

“Resumindo, caros príncipes e nobres que têm judeus em seus domínios, se este meu conselho não vos serve, encontrai solução melhor, para que vós e nós possamos nos ver livres dessa insuportável carga infernal – os judeus.

Acredita-se que com essas palavras, e a atitude assustadora por trás delas, o alemão Lutero lançou os fundamentos do anti-semitismo do Terceiro Reich. Muitos de seus compatriotas puderam afirmar, séculos depois, que estavam seguindo a orientação de Lutero ao incendiarem sinagogas judaicas durante a Kristallnacht "Noite dos Cristais" episódio que se tornou o ponto de partida para acontecimentos muito piores durante o tempo do nazismo.

Em seu livro Why the Jews [Por Que os Judeus?], Dennis Prager e Joseph Telushkin escrevem:

[...] os escritos posteriores de Lutero, atacando os judeus, eram tão virulentos que os nazistas os citavam freqüentemente. De fato, Julius Streicher argumentou durante sua defesa no julgamento de Nuremberg que nunca havia dito nada sobre os judeus que Martim Lutero não tivesse dito 400 anos antes.

Ao executarem seu primeiro massacre em larga escala, em 9 de novembro de 1938, no qual destruíram quase todas as sinagogas da Alemanha e assassinaram trinta e cinco judeus, os nazistas anunciaram que a perseguição era uma homenagem ao aniversário de Martim Lutero.

Jan Willem van der Hoeven

Fonte: http://www.beth-shalom.com.br/artigos/lutero.html

Observação:

A Igreja Luterana recentemente admitiu os exageros da intolerância religiosa de Lutero, pedindo desculpas ao povo judeu.

sábado, 23 de outubro de 2010

Primeiro Mandamento

Continuação do texto: Parábola do Bom Samaritano

Jesus respondeu a pergunta daquele homem com outra indagação: O que está escrito na Lei? Como lês?

Os Dez Mandamentos e a Lei recebida no Monte Sinai, formaram a base de toda a vida social e religiosa do povo de Israel. A idéia de adorar outros deuses foi completamente proibida com a instituição do decálogo como regra de fé.

A Lei exigia de cada judeu: “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder” (Dt 6.5). Este é o fundamento da religião judaica. E esta foi a resposta daquele religioso (vs 27).

O amor é o sentimento mais nobre e intenso que o homem pode expressar. A exigência do próprio Deus era que o homem o amasse sem restrições. Por isto insiste nos termos: “de todo coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e todo teu entendimento” (Mt 22.37). Podemos substituir estas palavras respectivamente por: fé, sinceridade, forças espirituais e conhecimento. É a consciência do homem apontando para o seu Deus que é Senhor e único.

Durante séculos o povo judeu viveu cercado de povos idólatras. Na antiguidade, as civilizações adoravam a uma infinidade de deuses. Os impérios dominavam as regiões e através da força queriam impor seus hábitos e suas crenças aos povos dominados. Ao se instalarem na terra de Canaã, o povo de Israel trouxe uma nova crença, que estabelecia um Deus único, ou seja, a despeito de todos os deuses adorados a sua volta, o Deus de Israel era o único e verdadeiro Deus.

Mesmo em épocas de independência nacional, era preciso ter cuidado para não se deixar influenciar pelo paganismo. Ao assimilarem as crenças de seus vizinhos, o povo de Israel atraiu o castigo de Deus: A dispersão das tribos sob o jugo dos Assírios e de Babilônia. A Lei imposta por Deus a Moisés ensinava a fugir da idolatria.

Além de perguntar o que estava escrito na Lei, Jesus também indagou qual seria a sua interpretação: “como lês?” Jesus queria uma explicação racional, mas também sincera e verdadeira.

É lógico que sendo um doutor na Lei, não poderia devagar com um “eu acho”, ou “talvez esteja escrito” ou “é possível que”... Não!

Ele teria que responder exatamente como cria, e respondeu: Está escrito!

Poderíamos abrir um parêntese e discorrer sobre o assunto de interpretações errôneas da Bíblia, adaptações exageradas do texto para colocá-lo em conformidade com a maneira de viver de alguns. E é claro que não estamos falando de versões bíblicas feitas para melhor esclarecer os textos da Palavra de Deus. Estamos falando do disparate daqueles que aproveitam da ignorância ou da ingenuidade de novos e velhos convertidos, para forçá-los a um padrão de vida fora do contexto bíblico.

A razão que faz da Bíblia, a Palavra de Deus, é que ela é infalível. Vejamos a declaração do apóstolo Paulo em sua II epístola a Timóteo: “Toda escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça” (3.16).


Mas Jesus não insistia numa interpretação pessoal do texto, mas na explanação do texto bíblico, que como criam nem um yod ou til podia ser mudado. E sem dúvidas, o amor a Deus era prioridade no coração do povo judeu. O texto diz: “amarás o Senhor teu Deus...”

O que é preciso para expor esse sentimento ao um ser como Deus? Acredito que é preciso que Ele seja Senhor de sua vida.

Amá-Lo porque Ele é o criador de todas as coisas, porque nos dá saúde, nos dá a vida, porque nos cercou de bens, amigos, parentes. Amá-Lo porque ouviu nossas orações, porque nos respondeu em meio às agruras da vida, porque sara nossas feridas, perdoa nossos pecados e nos purifica de toda a iniqüidade. Quantos motivos importantes poderíamos descrever com detalhes?

Mas acima de tudo, e mesmo porque alguns desses motivos podem, algum dia nos faltar, devemos amar a Deus por Ele ser Senhor de nossas vidas.






Do Livro Parábola  de Marion Vaz

É proibido a reprodução do texto sem autorização da autora.

sábado, 16 de outubro de 2010

Um rosto na multidão

Jesus caminhava em direção a casa de Jairo e uma multidão o cercava. De longe se via uma mulher caminhando com dificuldade, sofrendo, mas tentando passar a frente dos demais. Ela queria chegar mais perto. Precisava chegar. Precisava tocá-lo, poderia ser apenas em suas vestes. Pensava. Mas havia outras pessoas que queriam ficar ao lado de Jesus e empurravam-na para trás. E a mulher quase sem forças recomeçava a caminhar.

À medida que Jesus andava aumentava o número de curiosos. Alguns queriam apenas vê-lo e a distância entre a mulher e Jesus parecia aumentar a cada passo. Dentre tantas pessoas havia os curiosos e os críticos. Mas muitos estavam aflitos por causa de algum problema ou enfermidade e criam que só Jesus podia libertá-los.

E havia aquela mulher enferma, esvaindo em sangue, desenganada pelos médicos que desesperada esticava os braços e os dedos das mãos. Em sua mente um só pensamento: Preciso tocá-lo!

Mas Jesus não parecia ter visto a pobre mulher, nem tão pouco ter ouvido seus gemidos. À medida que caminhava aumentava a distância entre eles. Com lágrimas nos olhos a mulher pensou até em desistir. Não tinha mais forças para seguir em frente.

Até que um novo pensamento a impulsionou a vencer os obstáculos: “Se tão somente tocar em suas vestes, mesmo que seja na orla de sua roupa, sararei!” (Mc 5.28). Empurrando os outros, pedindo passagem, ela abriu caminho no meio da multidão e conseguiu chegar perto de Jesus. Não precisava agarrá-lo, apenas tocar!

Num grande esforço esticou os braços por uma pequena brecha entre uma pessoa e outra, a ponta de seus dedos toca na roupa de Jesus e o milagre acontece. Ela para de caminhar. Jesus segue em frente e a multidão atrás. De repente Jesus também para. Os discípulos ficam perplexos com sua pergunta: Quem me tocou? Argumentam que não sabem. O círculo de pessoas em volta de Jesus se abre e o Mestre procura um rosto na multidão. Quem me tocou? Insiste. "De mim saiu virtude, eu senti".

A mulher chega mais perto, sem acreditar que agora estava tão perto de Jesus! Podia ver seu rosto, seu olhar... Mas de cabeça baixa responde baixinho: Fui eu Senhor. Fui eu quem te tocou. Jesus olha com carinho e chama-a de filha. Ele confirma a cura sobre sua vida. A mulher agradece e chora e sorri. Há um explosão de louvores a Deus.

Jesus podia ter parado antes ou podia ter ido até a pobre mulher, mas não o fez. Esperou pacientemente até que ela conseguisse chegar perto dele. Perto o bastante para ser abençoada.

Mas eu convido você a olhar a sua volta e procurar um rosto na multidão. Abra caminho e ajude alguém chegar mais perto de Jesus. Há muitos que vencem as barreiras, que correm desesperados em busca de uma solução.


Mas há outros que ficam para trás.


Marion Vaz

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Os propósitos de Deus

Existe uma tendência humana em questionar Deus quanto a sua Onisciência e Onipotência em decorrência das freqüentes aflições que passamos em nossas vidas. Com “por quês?” ou “até quando?” entramos na presença de Deus indagando-o. Alguns chegam a recriminar o Senhor por causa do seu silêncio.

O que precisamos entender é que embora tudo pareça desconexo, Deus está no controle de todas as coisas. E se não há uma resposta imediata, certamente a culpa não é de Deus e sim do próprio homem.

Podemos observar uma história semelhante quando Israel passou por muitas aflições nas mãos dos egípcios. Deus tinha propósitos a realizar com os dois povos: Libertar Israel do jugo egípcio e manifestar-se como “Eu Sou” a fim de humilhar Faraó por causa de sua prepotência.


A história bíblica conta como Deus operou na vida de José, filho de Jacó, tornando-o governador do Egito. Num período em que uma grande fome assolava a terra, José apressou-se em trazer o pai e seus irmãos para o Egito a fim de preserva-lhes a vida. Aquele lugar serviria apenas como um refúgio num momento de crise, como aconteceu com Abraão.

No entanto, com o passar dos anos José e seus irmãos faleceram e o povo, como era de se esperar, se acomodou aquele lugar satisfeitos com a vida em Gósen. Os propósitos de Deus foram esquecidos, as promessas feitas a Abraão de uma terra prometida podiam virar uma lenda.

O crescimento demográfico de Israel, a troca de dinastia, os sentimentos estremecidos dos egípcios em relação aos hebreus que, temiam que Gósen pudesse se tornar uma via de entrada para conquistadores estrangeiros deu origem a idéia de transformar um povo de pastores em escravos. Quatrocentos e trinta anos marcaram um período de angústia para o povo de Deus (Êxodo 1)

Observamos no texto bíblico a tentativa de exterminar os hebreus com a morte dos recém-nascidos do sexo masculino. Na esperança de que, com o passar dos anos, as jovens hebréias se casassem com egípcios e perdessem sua identidade, Faraó ordenou a morte de inocentes. O que não seria de todo impossível, pelo modo como o povo estava tão fascinado com o Egito e suas iguarias, a ponto de murmurarem no deserto com saudades da fartura e desejassem-no mais do que a tal terra prometida (Ex 16.3; Nm 11.4,5,18).

Essa idéia de exterminar o povo de Israel seria igualmente imitada mais tarde, por outros líderes militares. A frase: “Vamos varrer Israel do mapa” constantemente pronunciada pelo presidente do Irã é um exemplo disso. Israel tem que lutar constantemente pela sobrevivência de seus costumes e tradições e por uma posição geográfica.

Outro fator que contribuiu para tal opressão foi a idolatria. O Egito com sua religião panteísta corrompeu o coração dos descendentes de Jacó e alguns se esqueceram do Deus de Abraão. Tais práticas estavam tão arraigadas que foram manifestadas no deserto do Sinai no episódio do bezerro de ouro.

Enquanto Moisés recebia os Dez Mandamentos, Arão foi induzido a fazer um bezerro que foi honrado e adorado (Ex 32.1-6). Provavelmente o bezerro tinha as características do deus Ápia e atribuíram a ele a glória pela saída do povo do Egito. Foi uma demonstração notória de instabilidade espiritual.

Em consequência desse pecado, Israel foi duramente castigado por Deus. Houve arrependimento. O que virou uma constante na trajetória desse povo: pecar, ser castigado para se arrepender. Mas também encontramos a misericórdia de Deus para com o seu povo e a resposta as suas petições. No deserto Deus provou o seu povo, mas esteve com ele, sustentando e suprindo todas as suas necessidades.

As 10 pragas que assolaram o Egito, a passagem pelo Mar Vermelho e os feitos de Moisés seriam comentados por muitas decadas e serviriam para causar espanto em muitos povos.



O silêncio de Deus em outras tantas e importantes etapas da trajetória do povo de Israel, pode ser notado com mais nitidez no Holocausto quando seis milhões de judeus foram mortos em Campos de Concentração. Não sei se por providência divina ou considerando os direitos desse povo tão discriminado, poucos anos depois do fim da Segunda Grande Guerra nasceu o Estado de Israel.

Voltando ao assunto que deu origem a este artigo e na esperança de responder os porquês aos inquiridores de Deus, declaramos que sem dúvida nenhuma, Deus continua no controle de todas as coisas.

Sendo assim permita que ele continue também no controle de sua vida, embora que não seja possível medir o “até quando?”, confie nos perfeitos propósitos de Deus.

Marion Vaz

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Que queres que eu te faça?

Esta pergunta feita por Jesus ao cego Bartimeu, parece não ter causado espanto aquele pobre homem, que de prontidão respondeu: "Que eu veja!" (Lucas 18). Seus gritos de socorro foram ouvidos quando Jesus estava a caminho da cidade de Jericó. Mesmo sendo repreendico por diversas pessoas para que se calasse, Bartimeu gritou bem alto: "Jesus Filho de Davi, tem misericórdia de mim!"

A história bíblica conta que o pobre homem vivia a mendigar a beira de uma estrada. Cego, sujo, maltrapilho e esquecido pela sociedade da época, Bartimeu foi condenado a passar anos de sua vida miserável sem qualquer perspectiva de melhorar ou reverter aquela situação.

Na sociedade hodierna encontramos pessoas vivenciando os mesmos dramas. Algumas delas realmente vivendo nas ruas, suplicando a ajuda dos trausentes. Mas existem pessoas que por causa de algum problema, doença, dificuldade financeira ou espiritual acabam se acomodando com determinadas situações.

Estão vivendo a vida que os outros querem, não podem gritar, não podem sonhar, não exigem reparações. Pessoas que choram e não são consoladas. Pessoas que já se conformaram com sua desgraça.



Bartimeu poderia continuar naquela situação até o fim de seus dias. Poderia ficar no anonimato, invisível! Mas uma atitude, que alguns consideram atitude de fé ou se podemos ser mais realista eu diria uma atitude de desespero, mudou o curso de sua vida.




Analisando o texto bíblico podemos pensar que o cego já devia ter ouvido falar desse Jesus, de seus milagres, de sua compaixão. A maneira como se referiu a Jesus demonstra reverência. Reconhecendo a autoridade Daquele que podia operar um milagre em sua vida, só restava uma coisa a fazer: Gritar! Pedir socorro e expor sua aflição, seu desespero, seu desejo. E Bartimeu reuniu todas as suas forças e pensou: Se ele me ouvir, virá em meu socorro! Então gritou: Jesus, Filho de Davi tem misericórdia de mim!

O mal que assola a humanidade é a descrença. Não cremos em mais nada! Não acreditamos nas pessoas, nas promessas que nos fazem! E muitos não acreditam em seus próprios sonhos! Nos calamos quando somos repreendidos, não temos coragem de expor nossa opinião ou de exigir nossos direitos. Absorvermos cada informação, cada crítica e ainda damos razões a outrem. e os anos passam. Toda sorte de injustiça nos é imposta e com um agravante: que nos calemos!

Mas Bartimeu gritou e gritou alto. Alguns diziam: Ele não te ouvirá! Cale-se mendigo! Quem és para que ele te ouça e te responda? Mas o cego não dava ouvidos, não se deixou convencer e gritava constantemente a ponto de incomodar as pessoas a sua volta: "...Tem misericórdia de mim!"



Jesus parou sua caminhada e mandou chamar o tal cego e perguntou: "Que queres que eu te faça? Que eu veja!" Respondeu o homem. Com uma naturalidade que até hoje me surpreende, Jesus respondeu: "Então vê!"



A névoa que encobria seus olhos se dissipou e aos poucos as imagens foram ficando cada vez mais nítidas, as cores, pessoas, animais, objetos.


Talvez o rosto de Jesus tenha sido a primeira imagem que ele contemplou. Imagino que uma alegria indescritível tomou conta de Bartimeu. Quantas mudanças ocorreriam em sua vida a partir daquele momento?




É preciso acreditar! É preciso lutar! É preciso sonhar!

Mas desta vez foi preciso gritar!

Marion Vaz

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Multiplicando talentos

“ Não desprezes o dom que há em ti...” 1 Timóteo 4.14

Grande parte dos ensinamentos de Jesus, feitos através de parábolas, ilustravam verdades morais ou religiosas através de fatos da vida comum. A parábola dos dez talentos (Mt 25.14) adverte quanto ao esforço na obra de Deus e da recompensa aos servos fiéis.

Os talentos foram distribuídos segundo a capacidade de cada um: o primeiro servo recebeu cinco talentos, o segundo recebeu dois talentos e o último apenas um talento, para administrar durante a viagem do seu senhor. De volta a sua propriedade aquele senhor pediu contas dos bens que havia deixado nas mãos dos servvos. Os dois primeiros investiram os talentos, mas o outro negligenciou aquela confiança que o patrão tinha depositado em suas mãos e enterrou o talento causando prejuízo ao seu senhor.

Ao delegar poderes a Igreja, o Senhor Jesus também distribuiu talentos aos seus servos, talentos naturais e espirituais. É notório que a quantidade de dons varia de acordo com a capacidade e fidelidade de cada crente. O tempo para administrar os dons é o tempo da própria vida ou até a volta de Jesus. Uns desperdiçam o tempo com medo, preguiça, ausência, etc. Outros procuram investir e multiplicar seus talentos para a glória de Deus.

O que são os bens do Senhor? (v 14) referem-se aos dons espirituais ou as tarefas na igreja, o cumprimento deles e o dever de usá-los fidedignamente. Por isto uns pregam, outros louvam, ou tocam instrumentos musicais, compõem hinos, ensinam nas classes de Escola Dominical, trabalham em cantinas, assistência social, como em várias outras áreas.

Muitos não veem tais tarefas como dom, mas como atividades ou cargos obtidos. Mas ensinar é um dom! E Quantas pessoas são abençoadas através de uma boa pregação? E imaginam uma má admistração na assistência social da igreja? E sem falar que existem pessoas que não sabem lidar com o público, são ignorantes, espaçosas e negligentes! E tantas outras atividades que se fosse referidas como "talentos" certamente teríamos um índice maior de eficiência.

Por que estou fazendo referência a essas atividades? Muitas delas são vistas com descaso ou como se fossem uma obrigação da própria igreja ou dos crentes. E muitas delas são exercidas com amor, fidelidade e principalmente solidariedade.

Encarando os dons como parte importante do seu ministério, seja qual for o seu talento, não deixe que ele passe despercebido. Seja um canal de benção para seus irmãos em Cristo e toda a Igreja do Senhor.

Cinco pães e dois peixinhos

O episódio da multiplicação é muito apropriado para o que estamos comentando. Jesus pregava para uma grande multidão. Ao cair da tarde, os discípulos acharam conveniente aconselhar Jesus para despedir a multidão, para que os homens fossem as aldeias comprar comida. (Mc 6.35-36). Imagino que os discípulos disseram a Jesus para parar de ensinar, curar e salvar vidas, porque não havia comida para alimentar toda aquela multidão.


Em contradição aquele pensamento, Jesus sugeriu aos discípulos que eles mesmos poderiam alimentar o povo. Espantados, falaram que não tinham dinheiro suficiente. Os discípulos operavam num plano material, mas Jesus, num nível espiritual.

Esgotados os argumentos, trouxeram um rapaz com um cesto contendo apenas cinco pães e dois peixinhos. O que era aquilo para o povo que tinha vindo estar com Jesus? É característico de alguns, olhar para uma pessoa, e pensar apenas no que pode lucrar com aquela amizade. A tendência é essa mesma no mundo em que vivemos - o material. Então pensamos: o que tem este amigo para me beneficiar? Esquecemos que uma simples e duradoura amizade pode ser suficiente.

Ao abençoar aquela oferta de cinco pães e dois peixinhos, uma multidão foi alimentada. Os discípulos perplexos mal podiam crer em seus olhos e no pão que não paravam de partir e ainda sobraram doze cestos.

Pense comigo: O que temos a receber pode ser apenas um “muito obrigado!”.

Mas eu gostaria que você pensasse que: O que temos a oferecer pode fazer diferença na vida de muitas pessoas! Deus te abençoe.



Marion Vaz

Do Livro: Razões de uma Caminhada
de Marion Vaz

sábado, 25 de setembro de 2010

AMAR A DEUS E AO PRÓXIMO

O amor é o sentimento mais rico e mais intenso que alguém pode sentir.

O Primeiro Mandamento é este: “Amarás o Senhor teu Deus e todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu poder". Deuteronômio 6.5 Marcos 12.30 termina o versículo afirmando: "...e de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças".

Neste versículo encontramos quatro palavras importantes: coração, alma, entendimento e forças. O que implica em amar a Deus com fé, sentimento e desejo sincero. A terceira implica em usar a mente “conhecimento”, implica em conhecer o seu Deus. A quarta palavra: Vontade própria, ou seja, querer, propósitos. Precisa usar forças para lutar contra qualquer oposição espiritual.

Quando aceitamos o Primeiro Mandamento reconhecemos a Deus como Senhor da nossa vida. Reconhecer esse amor é descobrir o quanto precisamos de um maior envolvimento com o Criador.


Cada experiência vai somar um degrau a mais na escada do crescimento espiritual.

Observe a declaração de amor feita pelo apóstolo Pedro: “...amas-me mas do que estes?” perguntou Jesus a primeira vez (Jo 21.15). E Simão Pedro respondeu: “sim Senhor” Mas aquela resposta não agradou Jesus, ele queria uma resposta consciente e perguntou mais duas vezes a mesma coisa.

Jesus queria mais de Pedro. Ouvimos declarações de amor a Deus o tempo todo, mas o quanto de real existe nessas declarações?


Não havia mais tempo para dialogar, ensinar, ponderar sobre a veracidade dos sentimentos. E Pedro talvez não soubesse disso, mas a sua resposta era sua sentença! Será que Jesus poderia confiar a ele aquela missão: “apascenta as minhas ovelhas”!

Quando declaramos amar a Deus sobre todas as coisas, devemos estar dispostos a fazer a sua vontade. Por três vezes Pedro havia negado a Jesus: “Não o conheço!” Mas agora declarava três vezes: “...Senhor tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo”.

Agora sim Jesus poderia ordenar: “apascenta as minhas ovelhas”! Ou seja: “segue-me” (vs 19) ou ainda: “... em meu nome”. (Mc 16.17).

O Segundo Mandamento declara que devemos Amar o próximo como a nós mesmo. Isto indica em estender as mãos àquele que está caído no meio da rua, ou quem sabe, ajudar um amigo, um parente ou alguém que está dentro do nosso próprio lar.

O amor ao próximo envolve demonstrar-lo a outra pessoa "como a ti mesmo". E Jesus ensina que o próximo é qualquer pessoa que precise de nossa ajuda. Desprendemo-nos do pensamento de que este alguém seja somente o membro da nossa família, amigos íntimos ou alguém da vizinhança.

Mas isso não é uma tarefa fácil!

Amar uma pessoa com a qual lidamos diariamente, e que sabemos bem seus sentimentos, sua vida, seu passado, seus defeitos e virtudes, seja fácil para uns. Mas mesmo assim, acredite, alguns encontram dificuldade. O que dizer de amar um desconhecido, ser capaz de sofrer sua dor, sua perda, de chorar ou sorrir junto, compartilhar da mesma experiência?

Mas AMAR é um sentimento, algo que tem que ser TRABALHADO, dia a dia, e não apenas uma palavra que se profere de qualquer jeito, em qualquer ocasião.

A frase que qualquer pessoa deseja ouvir é essa: Eu te amo. Será que estamos preparados para tal declaração? Será que estamos dispostos a amar?

Marion Vaz

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sucot - Festas das Cabanas


A festa de Sucot é caracterizada principalmente pela lembrança de que o povo judeu habitou em cabanas. A sucá lembra as tendas (ou as nuvens celestiais) que serviram como habitação para nossos antepassados durante os 40 anos que passaram no deserto do Sinai, após o Êxodo do Egito.


“E falou o Eterno a Moisés: Fala aos filhos de Israel, dizendo: Aos quinze dias deste sétimo mês, será festa das cabanas (Sucot), por sete dias, ao Eterno".

A Torá refere-se a Sucot como 'a época de nossa alegria' pois, além de ser uma das festas judaicas mais alegres, compensa a solenidade e a gravidade dos dias que vão de Rosh Hashaná a Yom Kipur.

"E celebrareis esta festa ao Eterno por sete dias cada ano; estatuto perpétuo pelas vossas gerações; no sétimo mês a celebrareis. Nas cabanas habitareis por sete dias; todo natural de Israel habitará nas cabanas. Para que as vossas gerações saibam que nas cabanas fiz habitar os filhos de Israel, quando os tirei da terra do Egito, Eu sou o Eterno, vosso Deus”. (Levítico 23, 33-34;41-43)

Fonte: http://www.morasha.com.br/conteudo/artigos/artigos.asp?idtipo=2&idsubtipo=10