quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Derrubando Muralhas




O território já tinha sido explorado. Os espias passaram por Jericó e levaram até Josué um relatório sobre a cidade. A promessa de D-us, vinculada à conquista da Terra Prometida incentiva o povo a seguir em frente.


Jericó, uma cidade fortificada, ficava no caminho. Barreiras precisavam ser derrubadas. E que barreiras!! "As muralhas de Jericó  mediam cerca de 10m de altura e tinham cerca de 4m de largura. Eram dois grandes muros com um espaçamento  de cerca de 3m entre ambos. Eram tão grandes e imponentes que sustentavam casas transversas entre os dois muros."


O povo que durante 40 anos andou pelo deserto, enfrentando diversos perigos, agora se via diante de um adversário. Enfim, conquistar a Terra Prometida seria mesmo um longo e árduo processo. Não somente em função das guerras, da destruição de outros povos, mas em perseverar  a fé no único D-us e afastar-te de qualquer tipo de idolatria.


As muralhas de Jericó era só o começo. Ali, podiam contar com a ajuda do Todo Poderoso. A investida seria simples: Os sacerdotes com suas buzinas iam à frente, o restante seguia atrás rodeando a cidade sete vezes num período de seis dias e no sétimo dia deveriam rodear sete vezes. Tocar as buzinas e dar um grande grito (Js 6). Outros textos bíblicos nos mostram táticas tão simples como estas (Jz 7.16).


Para o leitor de hoje parece até algo bem simples. O texto é apresentado de forma rápida, às vezes, sem contexto geográfico ou social. Fico imaginando as dificuldades de organizar algo tão grandioso, visto o número de pessoas que agora faziam parte do povo de Israel. Um exército inexperiente, formado no deserto. E sem falar da terra árida, o deserto de Judá quente, com seus perigos ocultos. Mas lá estavam eles, contornando Jericó. Uma cidade sitiada e bem preparada para a guerra. E aqueles muros gigantescos protegendo seus moradores.





                                  Ruinas de Jericó




Falar em derrubar barreiras é quase que uma obrigação religiosa. Todas as pessoas tem algo que lhes parece intransponível. Seja no trabalho, na vida social ou familiar ou dentro de si mesmo. Todos nós queremos derrubar “gigantes” e sairmos como vencedores, de mãos erguidas e bradando um grito de glória. Pois o oposto disto é a derrota, o fracasso diante de algum desejo, da luta. O oposto é uma sensação de humilhação, de não ter sido bom o bastante para conseguir um ideal.


Derrubar barreiras nem sempre é tão fácil. Josué sabia disso. E o modo de conquistar aquela terra era, sem dúvida, confiar em D-us. Confiar não somente nas suas promessas, mas obedecer a suas Palavras, suas ordens, sua estratégia de guerra. O povo em si não tinha tanta força, nem um arsenal, nem carros e cavalheiros, como os outros povos. Mas eles tinham um D-us. E você vai concordar comigo que 40 anos andando num deserto deu ao povo certa rusticidade. Os jovens que cresciam ganhavam músculos, capacidade de observação, força, coragem. No deserto eram nômades, viajantes, vagando em terras desconhecidas. Não eram como muitos pensam um povo tímido, fraco, apavorado.


As crianças que saíram do Egito cresciam ouvindo que as Promessas feitas a Abraão se cumpririam em seus dias. E quando se tornaram homens isso deu ao povo coragem para lutar pela terra que lhes pertencia. Na hora certa, não iriam se acovardar. Iriam lutar. 


E ao som dos gritos, diz o texto sagrado que a muralhas de Jericó começaram a ceder e abriu um caminho para se entrar na cidade. Medo, espanto, terror se apoderaram dos moradores que viam tal estrutura ir ao chão. Israel invadiu o lugar e conquistou a cidade. Estudiosos até hoje investigam como tudo aconteceu. Os religiosos não se preocupam em explicar, mas aceitam tudo pela fé.


Contrariando as especulações, as gigantescas muralhas de Jericó foram ao chão nos ensinando que o poder do nosso D-us é que nos garante vitórias!


 


Marion Vaz