domingo, 12 de junho de 2016

Quando Deus perdeu a fé nos homens...



A frase em si me parece desconexa. Mesmo porque Deus não perde nada. Nunca! Mas a ideia do filme Legião marca uma Nova Era na vida da humanidade. Um dos personagens explica que Quando Deus perdeu a fé nos homens da primeira vez, mandou o dilúvio. Mas agora Deus estava tão descontente que resolveu mandar a Terra um exército de aberrações para destruir todo ser criado. No desenrolar do filme aparece uma mulher grávida e a criança é a esperança da continuidade da raça humana.

Como o intento de Deus estava ameaçado por esta criança, começa uma série de ataques contra a família que no caso, não conseguia entender o que estava acontecendo. Dois seres celestiais surgem e se confrontam: Miguel e Gabriel. O primeiro se rebelou contra Deus e resolveu ajudar a salvar a criança, que no futuro iria liderar uma rebelião contra o próprio Deus para salvar (?) a humanidade. Ele, o arcanjo Miguel, não tinha perdido a fé nos homens.

O Anjo Gabriel que batalhava a favor do cumprimento da vontade de Deus atacou impiedosamente a família em questão, que vivia numa lanchonete no meio do nada. Ele também feriu Miguel. Ao final da batalha, a criança sobreviveu, Gabriel foi absolvido por Deus por sua boa ação e Miguel recebeu uma repreensão pelo fato de não ter tido compaixão.

Criatividade à parte, como é que Deus vai ficar desapontado com o ser falível, humano e com livre arbítrio que o próprio Criador formou? Eu entendo que passagens bíblicas parecem oferecer esse tipo de sentimento quando, por exemplo, Deus informa a Abraão que iria destruir Sodoma e Gomorra por causa do pecado, quando quer fazer uma nova geração a partir de Moisés, e que tem catástrofes em várias partes da Terra que parecem mesmo que o Senhor está usando até a própria Natureza para punir o homem!

Mas segundo o texto bíblico, Miguel é um arcanjo muito importante que está diante de Deus, um anjo de guerra que luta contra as hostes do diabo. Gabriel é um mensageiro de Deus, um anjo cujas atividades estão relacionadas à nação de Israel. Segundo a palavra do próprio Jesus, Deus tem legiões de anjos ao seu dispor, anjos que louvam o seu nome pela eternidade, anjos dispostos a obedecer e agir a favor da humanidade sob as ordens do Eterno.

No Antigo e Novo Testamento encontramos uma parcela considerável de passagens bíblicas que mostram anjos em contato com o homem, passeando pelas cidades, visitando pessoas levando uma mensagem de Deus. No caso de Sodoma e Gomorra, os anjos eram agentes de destruição em massa, porque os homens feriram a santidade do Criador. Mas essa ideia de um Deus vingativo que o filme quer passar, de um Deus frustrado com as ações dos homens...

É importante entender que um dos atributos de Deus é a onisciência, ou seja, Deus sabe todas as coisas antes que elas aconteçam. Quando Deus criou o homem e a mulher e os colocou no Jardim do Édem, ele já sabia que num dado momento, a mulher iria pegar o fruto proibido e comer e também dar ao seu marido. Deus não ficou surpreso ou desapontado com aquela atitude.

Cada autor tem liberdade de escrever uma história conforme a sua criatividade, por isso nosso artigo não tem a intenção de criticar ou desmerecer o talento do autor da obra. Mas confesso que a frase: “Deus perdeu a fé nos homens” me chamou a atenção, por que na maioria dos filmes em que a vida está ameaçada como “O dia depois do amanhã”, “2012”, “Missão ao centro da Terra”, “Independece Day”, a pessoa de Deus é sempre relevante e a fé no Criador um tipo de energia que faz o homem lutar pela sobrevivência. Mas, neste filme, Deus está mais para vilão do que para super-herói.

Marion Vaz


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