quinta-feira, 5 de maio de 2016

Insensível ao Extremo

Eu não sei o que acontece com a nossa sociedade. Talvez seja a certeza da impunidade que transforma o caráter de alguém, ou se pelo "andar da carruagem" já não se sente mais medo de cometer erros, agir fraudulosamente, ou seria o caso da humanidade ter perdido a consciência da existência de uma D-us puro e santo... Não que eu goste de espiritualizar tudo, mas pensando no amanhã, seria bem diferente se as pessoas tivessem mais respeito a D-us. Se a  Palavra de D-us fosse lida mais vezes, ensinada nas escolas, em família... Não que isso servisse para fazer propaganda de alguma religião ou denominação específica. Não! Mas para que nossas crianças e jovens crescessem com mais temor a D-us, com mais respeito e amor pelo próximo. Talvez para que a vida humana tivesse mais valor e nós nos lembrássemos de fazer com o próximo aquilo que desejamos para nós mesmos!

Quem sabe, se o homem fosse mais honesto, não teríamos tantas fraudes, tanto dinheiro desviado, talvez as pontes não desabariam porque alguém não teria coragem de fazer "cálculos" inadequados aos padrões da obra. Se o "não roubarás" fosse mais que um Mandamento o dinheiro público seria bem administrado. Aí não teríamos problemas com a saúde pública, universidades, falta de merenda nas escolas e tantas outras dificuldades que nos incomodam. Se o "não falarás falso testemunho" fosse digno de honra não teríamos CPI. Se o bem do próximo permanecesse intacto, não precisavam ter contas no exterior e desviar tanto dinheiro daqui ou dali. Não haveria corrupção...

Na verdade toda a vida teria um sentido se não precisássemos ter medo de tudo e todos. Não precisaríamos de placas para indicar assento preferencial nos transportes públicos. Porque o jovem cederia o lugar ao idoso sem precisar ser coagido. Porque tem coisas que a própria consciência nos adverte. Porque em algum momento da vida, temos que escolher entre o que é mais fácil pelo que é correto, justo e honesto. Um médico não precisaria atender tantos pacientes por dia/hora que a vida destes ou a saúde realmente se tornaria algo importante e não um "rabiscar de bulas".

O problema é que esse modo operante de vida que nos é imposto transgride o nosso eu a ponto do ser humano deixar de humano. De falar o que lhe vem a cabeça sem medo de agredir, ofender e humilhar quem quer que seja. Aconteceu esta semana, num consultório médico: Um pediatra fez a seguinte observação: "Depois a avó morre e a criança fica assim... dentuça!" Fiquei chocada, não pela iminência da morte que pode vir acontecer a qualquer pessoa, mas pela insensibilidade de alguém, que estudou tanto, se formou em pediatria, tem mais horas de plantão médico do que com a família, falar comigo como se eu fosse uma "merda de avó" (desculpem o termo), uma irresponsável, ignorante, sem condições de agir com inteireza de coração! E tudo isso por causa de uma chupeta!??

Fiquei calada. Sabe quando você não está esperando algo desse tipo? Pois é. Sofri - Confesso. Chorei. sozinha. Só fiquei pensando no amor que sinto pela minha princesinha, no cuidado que tenho com ela. Eu acho que ele pensa que o diploma dele dá esse direito de falar, agir ou até pensar em humilhar uma avó diante da sua neta! Sei que na idade dela, não dá para entender o que aconteceu. Mas fica aqui registrado a minha indignação diante do ocorrido. 


Marion Vaz