quinta-feira, 27 de outubro de 2016

domingo, 16 de outubro de 2016

Lidando com a decepção

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O ser humano tem aquele dom de acreditar nas pessoas. Por mais que pareça improvável, a gente sempre pensa no lado bom da vida, das situações, das atitudes de um amigo de trabalho. Apostamos no amor, na amizade, nas boas intenções, para sobreviver neste mundo caótico em que por mais que você se esforce para vencer os obstáculos sempre vai tropeçar numa mentira, num mal entendido, numa artimanha criada pelo seu concorrente. 

Para vender mais e conquistar um número superior de clientes no Mercado, as empresas oferecem vantagens, ideias e até sonhos. Um grupo de especialistas em marketing fabricam comerciais tão bons que convence você a comprar algo que nem precisa. E muitas vezes a gente fica decepcionado por não poder usufruir das vantagens como foram apresentadas.

Nos relacionamentos não é diferente! Você conhece alguém que te oferece amor eterno, pouco tempo depois se decepciona. No início tudo são flores, o amor é lindo, parece que vocês nasceram um para o outro. O tempo passa e na realidade o gatinho vira um leão, ou até um monstro, os sentimentos mudam, a raiva aflora e a princesa vira uma gata borralheira com cheiro de fritura. Se o casal tiver problemas financeiros então, a situação pode sair fora de controle. Porque um não vai querer assumir as dívidas do outro.

Em resumo: Você se decepciona quando cria algum tipo de expectativa irreal em relação a alguém, algum evento, trabalho ou função específica que poderia ser uma boa fonte de renda. Não estou afirmando que a pessoa deva duvidar o tempo todo de todo mundo. E também não precisa sofrer com antecedência. Como diz a Bíblia: "Basta a cada dia o seu mal" ou seja, viva um problema de cada vez.

Mas as decepções acontecem com mais frequência do que desejamos. Pode ser entre os membros de uma família, no rol de amigos, no ambiente de trabalho, na mesa do bar, no dia a dia entre os vizinhos, Em algum momento você vai ficar decepcionado e até mesmo frustrado porque alguém em que você "colocou todas as cartas" não agiu como deveria, não tomou a decisão mais correta, se demitiu sem pensar nas consequências, não te ligou para dar satisfação, não lavou a louça que estava na pia da cozinha, gritou um palavrão porque o tênis estava molhado, e por aí vai, uma infinidade de aborrecimentos que entristecem e colaboram impiedosamente contra o nosso bem estar.

Ok. Concordo que tem algumas coisas que machucam mesmo, mas também é óbvio que você pode se livrar de alguns pesadelos quando aceita que uma pessoa não é tão perfeita como deveria ser. O que destrói não é apostar em alguém, criar expectativa, mas achar que se pode mudar tudo, que se pode mudar o mundo sem sofrer danos colaterais! Precisamos entender que existe um processo em andamento. Assim, há coisas que mudam a curto prazo, coisas que mudam a longo prazo e coisas que nunca vão ser diferentes! Alguém pode mudar em diversas áreas e naquela que te irrita, não - Só pra contrariar kkkk!

Por outro lado tem gente com ideia fixa em transformar, refazer, aprimorar, repete a mesma frase cem vezes e depois reclama de uma dor de cabeça que não passa! Saiba relevar certas coisas, esperar que as mudanças aconteçam e não deixe que uma decepção te impeça de sonhar, de seguir em frente! 

Esta semana li uma frase muito interessante que assumi como meta de vida: "Não se deixe despedaçar para manter os outros inteiros" Um Zé Alguém.



Marion Vaz

sábado, 15 de outubro de 2016

O Cântaro nosso de cada dia

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O contexto social em que Jesus aparece na vida de uma mulher era este: Judeus e samaritanos não se comunicavam, não se confraternizavam, não usavam os mesmos utensílios para comer ou até mesmo para beber água por causa da lei da purificação que o povo de Samaria não observava. Mas Jesus rompe as barreiras imposta pela sociedade pedindo um pouco de água para aliviar o calor do dia. A atitude dele a surpreende: Como sendo tu judeu falas comigo que sou mulher samaritana?

Eu fico pensando: Quem em sã consciência negaria água para outra pessoa? Ela, que nunca tinha ouvido falar sobre o Mestre, seus milagres, sua compaixão, não tinha qualquer expectativa de melhorar a convivência entre os dois povos a partir de um diálogo. Mas a cada indagação da mulher uma revelação surgia. E de um completo estranho Jesus passou a ser a fonte da água viva, um profeta e o Messias. A verdadeira adoração a Deus passaria de uma visão local para um padrão universal.

Mas queremos nos deter a vida diária da samaritana. Ela que já estava no sexto relacionamento, não era bem vista pela sociedade e provavelmente, era só mais uma das muitas que viviam na cidade. As idas e vindas ao poço era um trabalho cansativo, mas não havia outro lugar no qual pudesse obter aquele líquido tão precioso. O horário também não era um dos melhores, mas o que se podia fazer? Com seu cântaro nas mãos a samaritana caminhava todos os dias para pegar água no poço, levando também nos ombros uma carga pesada, uma ferida aberta, humilhação e vergonha...

Os diversos envolvimentos amorosos devem ter deixado marcas em sua vida e como estava o seu coração diante de Deus com todas aquelas culpas lhe assombrando? Talvez, o trajeto até o poço fosse o único momento de solidão e reflexão que apreciasse. Quem sabe, mesmo sentindo a areia quente sob os pés, olhando as montanhas ao longe, o céu tão azul, a samaritana pensasse que Deus a amasse apesar das suas imperfeições?

E foi naquele dia que aconteceu algo diferente. Enquanto a mulher caminhava devagar até o poço, vê a figura de um homem sentado numa pedra. Ela não tem a intenção de olhar para ele. E enquanto procura um jeito de tirar a água armazenada, reconhece a roupa, a fisionomia de Jesus como um típico morador da Judeia. A mulher sabe o seu lugar e permanece calada até que não pôde mais ficar indiferente àquele homem que pedia água.

O cântaro nosso de cada dia parece perfeito. Ele é indispensável, é companheiro. Um recipiente para qualquer tipo de “líquido”, em que as nossas emoções se transformem. É nele que guardamos nossas mágoas e ressentimentos. E como ele é pesado! Porque com as idas e vindas à estrada da vida também colecionamos histórias, fantasias, sonhos, tristezas, decepções, desilusões.  O cântaro se transformou naquele vínculo com o passado que por alguma razão, não queremos esquecer.

E não é o que acontece conosco? Estamos tão submersos nos problemas que olhamos para Jesus, reconhecemos o seu poder, mas ficamos perplexos por ele está ali, pronto para nos abençoar. E nos silenciamos. Mesmo sabendo que Ele é fiel e justo. E assim ocultamos nossas dores, nossas indagações, por medo, insegurança, desconforto. Ou às vezes, porque é mais cômodo continuar a tirar água do poço como estamos acostumados, do que se aventurar em buscar água em uma Fonte.

Porque nem sempre é fácil reconhecer que erramos e que negligenciamos algo importante ou que estamos sofrendo a consequência de nossos próprios atos. É sempre mais fácil colocar a culpa em alguém do que aceitar que precisamos mudar de atitude.

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Mas a fonte também estava ali bem diante da mulher samaritana. Ela podia sentir o calor do sol, mas também um refrigério na alma. Talvez a mulher estivesse abraçada ao cântaro, seu único amigo até aquele momento.

E Jesus questiona a mulher, confronta e restabelece limites. Ele amplia a visão espiritual da samaritana. A conversa continua até que de repente, a mulher sai correndo em direção à cidade. Jesus olha para o chão e lá está o tal cântaro, abandonado, como se não tivesse mais nenhum valor.

Marion Vaz